sábado, 22 de novembro de 2008

Ignorâncias Partilhadas


Ando nauseado por causa da notícia do chumbo da rede de bicicletas partilhadas, não pelos efeitos directos que me traria como utilizador, visto que me desloco de Almada para Lisboa continuaria assim a utilizar a minha própria bicicleta, mas porque este projecto transportaria consigo a criação de meios e possível mudança na legislação do código da estrada, para além da melhoria na eficiência da mobilidade na capital.

Neste mesmo ano mesmo tive a oportunidade de visitar a cidade de Barcelona e presenciar a eficácia do referido sistema que se pretende(ia) implementar por cá e que já faz parte do quotidiano de grandes cidades mundiais , foi até de certa forma também essa experiência que me despertou para uma possível alteração nos meus hábitos, estou assim certo que o sistema de bicicletas partilhadas teria o mesmo efeito sobe muita gente caso fosse implementado.

Mas o que é realmente medíocre são argumentos como: "Passam-se dias sem ver alguém a andar de bicicleta", quando é evidente o aumento de utilizadores de bicicleta na cidade, certamente que o deputado municipal Victor Gonçalves quererá construi uma casa a começar pelo telhado, ou então nunca edificará meios de acessibilidade na via publica e em edifícios para deficientes porque passa dias que não vê nenhum.
Tacanho! Não porque discorda do projecto, mas porque o impugna ausente de sensatez, análise, competência e seriedade.
Aguardemos pelas coerências no dia da “Cidade sem carros” quando o executivo do seu partido estiver na presidência da Câmara de Lisboa.

No que me diz respeito, continuarei a circular com a mesma assiduidade sem abdicar do meu espaço na via e com muito, muito mais vontade!


1 comentário:

Funride disse...

Tenho de admitir que se ainda morasse em Lisboa, esta notícia teria causado em mim uma reacção bastante mais "quente". No entanto, e como me mudei para o "campo", acredito que como em tudo, esta é uma luta que só será vencida com muitos kms a pedalar e após muitos dissabores. O facto de haver quem queira ver as coisas mudarem (e já somos bastantes), fará com que não seja possível adiar o inevitável: as cidades (e não só) têm de sofrer alterações no sentido de oferecerem condições dignas e seguras aos seres humanos e não aos automóveis, como infelizmente tem vindo a acontecer.

Já estivemos mais longe!
Ricardo Nunes