sábado, 20 de dezembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

Ignorâncias Partilhadas


Ando nauseado por causa da notícia do chumbo da rede de bicicletas partilhadas, não pelos efeitos directos que me traria como utilizador, visto que me desloco de Almada para Lisboa continuaria assim a utilizar a minha própria bicicleta, mas porque este projecto transportaria consigo a criação de meios e possível mudança na legislação do código da estrada, para além da melhoria na eficiência da mobilidade na capital.

Neste mesmo ano mesmo tive a oportunidade de visitar a cidade de Barcelona e presenciar a eficácia do referido sistema que se pretende(ia) implementar por cá e que já faz parte do quotidiano de grandes cidades mundiais , foi até de certa forma também essa experiência que me despertou para uma possível alteração nos meus hábitos, estou assim certo que o sistema de bicicletas partilhadas teria o mesmo efeito sobe muita gente caso fosse implementado.

Mas o que é realmente medíocre são argumentos como: "Passam-se dias sem ver alguém a andar de bicicleta", quando é evidente o aumento de utilizadores de bicicleta na cidade, certamente que o deputado municipal Victor Gonçalves quererá construi uma casa a começar pelo telhado, ou então nunca edificará meios de acessibilidade na via publica e em edifícios para deficientes porque passa dias que não vê nenhum.
Tacanho! Não porque discorda do projecto, mas porque o impugna ausente de sensatez, análise, competência e seriedade.
Aguardemos pelas coerências no dia da “Cidade sem carros” quando o executivo do seu partido estiver na presidência da Câmara de Lisboa.

No que me diz respeito, continuarei a circular com a mesma assiduidade sem abdicar do meu espaço na via e com muito, muito mais vontade!


domingo, 9 de novembro de 2008

Autódromo Activo


Aconteceu no passado domingo (2/11) o "3º Grande Prémio da Actividade Física" do município de Cascais, e à semelhança de outros anos realizou-se no Autódromo do Estoril aonde estive pela primeira vez.
Acho relevante o carácter mobilizador e a consciência colectiva que existe neste tipo iniciativas, para além de me agradar que as instalações e infra-estruturas estejam com maior regularidade ao serviço das populações e que não sirvam apenas uma minoria ocasionalmente. No entanto desejo e defendo que iniciativas desta natureza têm muito mais valor quando realizadas na via pública, sendo este um espaço que lhe pertence e de utilização diária dos cidadãos, pode traduzir neles uma maior eficácia no incentivo para práticas mais regulares ou mesmo diárias.

Algumas fotos do evento:













Os karts KMX da Cenas a Pedal, espantoso a adaptabilidade dos 5 aos 85!


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mudança de Tempo / Tempo de Mudança



Ainda ontem quando cheguei à estação da Transtejo, percorria todos meus bolsos no intuito que estaria por ali o meu cartão de passagens, enquanto isso escutava um sussurrar de vozes onde era perceptível alguns comentários referentes à bicicleta que transportava. Já próximo da conversa levantei a cabeça e sorri em jeito de saudação, eram tês funcionários da companhia que já se vão habituando à minha e talvez outras presenças de bicis no cais de embarque, aproveitando a ocasião questionei acerca da possibilidade de poder transportar a bicicleta no barco fora do período instituído pela impressa no trajecto entre Cacilhas e o Cais do Sodré. Ficou esclarecido então que o poderia fazer desde que a bicicleta entrasse fechada, não exclusivamente no barco mas logo à entrada para a estação. Entendo de certo que este comportamento será para evitar situações constrangedoras entre o acesso de bicicletas com outra tipologia, dando origem a uma dualidade de critérios. Dentro da normalidade dos meus horários e rotinas não sou abrangido pela restrição de acesso, no entanto não deixa de ser uma boa noticia para qualquer eventual necessidade.

O tempo está a mudar em conformidade com a estação, equaciono que terei de usar mais roupa, consequentemente surge maior incómodo de movimentos e possível transpiração. No entanto basta olhar para os países com climas mais frios e perceber que isso não é uma contrariedade. Estive a pensar pelo facto de os mesmos países terem a bicicleta instituída na circulação urbana, contemplados com ciclovia, sinalização e código da estrada adequado, isso retira muita pressão na circulação, ou seja, pelo facto dos ciclistas se encontrarem mais seguros e protegidos poderão gerir melhor a cadência do seu andamento, sem lidarem com o sentimento de concorrência na ocupação do espaço para com os veículos automóveis, portanto uma melhor gestão da velocidade implica menor transpiração.

No entanto enquanto não estamos munidos dessas condições, e até porque parte do meu trajecto implica algum esforço ascendente, decidi por colocar uma grelha e uns alforges para transportar alguma roupa para trocar na chegada ao trabalho. Já não me recordo aonde li mas que o facto de a mesma ir enrolada em vez de dobrada, chega certamente em melhores condições. Pensei ainda que o facto de ficar mais pesada com esta alteração afectaria o desempenho, mas na verdade não é significativo, posso até dizer que ficou com melhor estabilidade nas descidas mais insinuantes.

Continuo a achar que a Rua do Arsenal é vergonhosamente má para se transitar, no entanto não tenho alternativa ás brechas daquela calçada que me faz sentir um martelo pneumático.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

"A gênese das bicicletas"
Gabriel García Marquez


“Quando o homem conseguiu colocar pedais em seu próprio equipamento, inventou a bicicleta. Não fez nada mais que isso, pois nem sequer as rodas eram indispensáveis. As rodas já existiam, em alguma parte do mundo, à espera de que os homens aprendessem a mover os pés no ar, enquanto descansavam comodamente sentados em seu centro de gravidade. O selim? Não. Tampouco era indispensável o selim. Foi inventado mais tarde, quando se descobriu que era necessário proteger o centro da gravidade da fricção contínua. Logo surgiu o guidom. O homem poderia existir indefinidamente sem ele, porque a terra era redonda e teria podido dirigir-se a qualquer lugar apenas mantendo a direção inicial. Mas quando surgiu um homem que quebrou a cabeça para inventar a bicicleta, houve outro que quebrou a sua para inventar as esquinas. E então o guidom se tornou necessário, indispensável.
Uma vez que o homem descobriu o profundo senso locomotor de seu equilíbrio, tinha ganhado já a primeira batalha contra o tempo e o espaço e havia descoberto um novo sistema para driblar a morte. Mas não se contentou com isso. E o grave começou precisamente quando essa inconformidade sofreu sua crise e o que a princípio foi uma simples diversão converteu-se em válvula de escape para sua vaidade. Foi então quando Adão atravessou o paraíso sentado sobre uma idéia, movendo os pés para fazer girar um pedal metafísico, e Eva não pôde compreender racionalmente o princípio físico de que se serviu seu companheiro para se deslocar no espaço sem tocar o chão. Várias vezes esforçou-se Adão para conseguir que Eva desse um salto no ar, já com uma noção precisa de seu centro de gravidade, e passear pela grama dos caminhos do paraíso terrestre, sentada a meio metro de altura. O trágico episódio da maçã pôs fim à experiência, mas a idéia sobreviveu e foi sendo transmitida de geração a geração, até o instante em que alguma mulher conseguiu convencer seu marido de que toda idéia prática que aceitasse o clima do cérebro humano era suscetível de ser montada sobre um parafuso. E o marido obedeceu. E subiu ao ar e marcou no espaço um ponto em torno do qual poderiam girar seus pés sem grande esforço. E ali colocou o primeiro parafuso.
Desde logo o que se seguiu foi uma conseqüência lógica, visto que já existia um ponto de referência para continuar dando à idéia primitiva uma qualidade ponderável. No entanto, quando aquela laboriosa atividade foi concluída, a mulher ainda não era capaz de desfrutar as vantagens do novo invento, pela razão elementar de que, não tendo concebido a sua noção, para ela o instrumento era inútil. A engrenagem metálica, as rodas e o selim continuariam sendo tão inoperantes como o eram antes de existir enquanto a mulher não compreendesse que aquilo não era realmente um veículo, mas simplesmente uma idéia projetada no espaço para facilitar sua compreensão. E como o tempo passou e com o tempo a paciência do homem para conseguir que sua mulher aprendesse a aproveitar as inumeráveis vantagens do centro de gravidade, o diligente inventor tomou uma nova iniciativa. Se a mulher não conseguia sentar-se sobre seu próprio equilíbrio, só restava um recurso; sentar simultaneamente a mulher e o equilíbrio. E assim nasceu o triciclo.
Mais tarde o novo objeto tornou-se tão elementar que se converteu numa diversão para as crianças. A mulher sentiu-se envergonhada e fez novos esforços para aprender a manobrar a bicicleta. Mas outra vez, e quem sabe para sempre, foram inúteis todos os seus esforços. Ao homem só restava uma esperança; saber se seu equilíbrio era indivisível, pessoal e intransferível. E quando descobriu que não o era, seu problema ficou momentaneamente resolvido, porque havia conseguido que a mulher não se sentasse sobre seu próprio centro de gravidade, mas no centro de gravidade do homem. E estava inventada a bicicleta de dois lugares.
E assim, de descobrimento em descobrimento, a mentalidade humana foi evoluindo, projetando-se até novas formas de vida, até quando os mortais, cansados de pedalar pelo mundo, conseguiram desvincular a bicicleta do movimento. E inventaram a cadeira.”

Gabriel García Marquez, junho de 1950, tirado de Textos Caribenhos, o primeiro livro da sua obra jornalística.
Fonte http://interpretar.wordpress.com

sábado, 4 de outubro de 2008

PortalDoTrapalhão


Atendendo ao sentido depreciativo desta notícia, fica o juízo de como o Portal do Cidadão interpreta a circulação da bicicleta:

“A construção desta infra-estrutura tem como objectivo disciplinar o tráfego de bicicletas nesta zona e resulta de um protocolo entre a autarquia lisboeta e a Administração do Porto de Lisboa”.

Sim, o tráfego de bicicleta tem que ser disciplinado afim de controlar esse flagelo da mortandade das estradas portuguesas causado pela utilização da bicicleta. Que desatento anda o poder politico com a alteração à “Lei das Armas”, quando são os utilizadores da bicicleta uns indisciplinados.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Um Dia de Domingo

.
Sempre que estou de serviço aos fins-de-semana uso uma roupa mais casual, a circunstância assim o permite e eu não dispenso. Prova disso é o regular uso das calças convertíveis em calções que tanto jeito dão na ida e regresso para casa nos dias de maior calor, como seria útil a existência de calças mais formais a possuírem o mesmo sistema.
Após o fim de serviço o local de encontro era o Cais do Sodré onde me aguardava o Sr. Lopes (nome artístico), companheiro de algumas quilometragens. Descer a rua do Alecrim para quem conhece sabe que é inversamente proporcional ao prémio da montanha, ora aqui está um das vantagens das cidades não planas que também têm os seus lados positivos, contrariamente ao que apregoam os Velhos-do-Restelo sem paralelismo depreciativo para com os adeptos do Belenenses, clube do qual guardo espacial apreço. Além do mais, essas mesmas descidas para além da economia de esforço facilitam bastante nos dias ventosos.

Não destaco em especial o trajecto da voltinha de saída que fizemos pela zona ribeirinha na direcção da Expo a finalizar na foz do rio Trancão.
De positivo, a quantidade de pessoas que desfruta já deste percurso é também demonstrativo de que ao sentirem segurança na deslocação de bicicleta pela cidade as disponibilidades se potenciam grandemente. Fico sobretudo agradado quando a prática se traduz também em famílias e ciclo-urbanistas e não exclusivamente por desportistas. Esperemos com a chegada do Outono e o Inverno o costume não quebre consideravelmente.

No regresso já meditávamos numa breve paragem para beber uma jola, acabou por acontecer na parte baixa de Alfama.
Perdi a conta aos anos que não vinha a Alfama, recordo-a ainda dos tempos em que estudava e que era de noite que laureava neste bairro pelas boémias razões próprias do momento. Foi adorável a efémera passagem que deu para saborear a cerveja (uma só), morcela e o pão. Desfrutamos ainda da companhia do dono da tasca que nos foi confessando alguns auspícios e de uma pertinente serenata, desgarrada por um místico bairrista local a uma angelical jovem americana dos turistas da mesa ao lado.
Seguidamente pela rua da Alfandega seguimos até à Praça do Comércio aonde tivemos ainda a oportunidade de presenciar um agrupamento a tocar, possuíam sonoridades de influências célticas e a proeza de colocar uma quantidade de gente entusiasticamente a dançar.




Esta foi a prova, provada que se pode divertidamente passar dias na cidade ao ar livre, sem gastar muito dinheiro e ainda fazer algum exercício físico.

Chegando de novo ao Cais do Sodré, peguei o barco para seguir para casa. O Sr. Lopes rumou na direcção de Alcântara para finalizar na Junqueira. Do caminho que leva constitui parte da futura ciclovia a ser construída pela autarquia em 2009. É sabido que a construção desta via, é vocacionada maioritariamente para os utilizadores de bicicleta aos fins-de-semana, no entanto não fico indignado com isso, pois já é mais um passo. Julgo no entanto que pode funcionar como um vírus, ou seja, depois de estar incubado a propagação está facilitada. Certamente que as entidades sentirão maior pressão por parte dos utilizadores para a implementação de mais e melhores meios.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

CicloNoticia - Projecto "100 dias de bicicleta na cidade de Lisboa".

.
Destaque para o artigo publicado no jornal Público do passado dia 14/09, ainda alusivo ao projecto “100 dias de bicicleta em Lisboa” de Paulo Guerra dos Santos.
Referencio ainda a leitura do primeiro comentário ao artigo, com direito a resposta do próprio Paulo Santos.


.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Segurança


Ao longo destes 2 meses de circulação diária, tem sido fundamental o estágio de aprendizagem quer no plano da prática quer seja no plano sociológico no que diz respeito ás opiniões interiorizadas de como parte dos outros interpreta este comportamento de nos deslocarmos numa bicicleta.
A segurança é sem duvida um dos factores que mais inibe ao exercicio, aqueles que comigo têm partilhado gratificantemente a sua visão da circulação urbana da bicicleta assim o reflectem.

Não há dúvida que tem sido um dos aspectos onde a industria automóvel têm evidenciado maior atenção, percebendo racionalmente que essa seja uma condição relevante hoje na aquisição de um veículo.
Na bicicleta não será diferente, no entanto a segurança activa apenas só é válida no sentido preventivo já que em caso de acidente os recursos à segurança passiva são quase inexistentes, por tal é muito importante que os nossos comportamentos de circulação não sejam negligentes quanto à nossa integridade física.

Neste curto período de férias e fora da cidade, tive a oportunidade de constatar que contrariamente a outros anos a utilização da bicicleta como meio de lazer e/ou desporto está a ter uma incrível adesão. Também eu tive o desejo de o fazer e fora do circuito mais urbano onde se torna tão aprazível.
Posso concluir com este testemunho que nos tornamos muito mais vulneráveis a circular numa estrada nacional do que em pleno centro de Lisboa em hora de ponta. A velocidade de circulação dos automóveis faz de toda a bicicleta o elo mais fraco. Para isso também contribuiu
experienciar a atitude de um indevido que ao efectuar uma ultrapassagem a outro automóvel numa considerável velocidade consegue ter imbecilidade de ficar a menos de um metro da minha bicicleta que circulava na via contrária.

O nível de exigência da condução na cidade para os automobilistas, é muito mais rigoroso pela simultaneidade de obstáculos móveis e fixos por isso também desperta em si uma maior precisão dos sentidos e redução na velocidade, sendo isso condições positivas para os ciclistas

Foto: Moita - Na Praia Fluvial do Rosário

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Semana Europeia da Mobilidade e Dia Europeu sem Carros 2008


18 de Setembro

14H30
Debate "Promover a bicicleta como modo de transporte: Acessibilidade ciclável ao campus universitário da FCT"

Auditório da Faculdade Ciências e Tecnologia/Universidade Nova de Lisboa, Caparica.
O Plano Almada Ciclável e a Importância da bicicleta como modo de transporte.

17H30
Apresentação da Ciclovia Virtual Trafaria - Costa da Caparica

Auditório da FCT/UNL, Caparica
Um simulador que percorre o eixo ciclável que liga o cais fluvial da Trafaria à frente urbana das praias da Costa dando a conhecer as calorias dispendidas e as emissões de CO2 evitadas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Muita Massa


Com muita Massa - É o sentido com que interpreto uma acção mais objectiva e adaptada para maior receptividade da sociedade.

Não pretendo de todo fazer qualquer julgamento ao movimento “Massa Critica” até porque consegue este ser um factor positivo da Globalização aproximando um vasto numero de pessoas a nível mundial por uma causa notável, no entanto, o período em que é realizado parece no meu entender não conseguir na cidade de Lisboa reunir suficientes intervenientes para que possa ter expressão e assim atingir objectivos desejados.


Estou certo que as pessoas que hoje participam na Massa Critica são indivíduos muito determinados na sua entrega e na acção que desempenham. Não sendo essa particularidade extensiva a uma vasta maioria que se poderiam juntar e dar maior expressão, aponto algumas considerações que poderiam motivar um impulso.

A possibilidade de se realizar algo congénere ao fim-de-semana poderia associar um maior número de participantes devido à disponibilidade horária, e roupas mais casuais tornava as pessoas mais voluntariosas à adesão.
Assim e num processo progressivo iriam descobrir que é possível andar nas vias, sem que de forma intimidada o seja, beneficiando de uma menor carga de circulação de veículos e fora de um ambiente diário mais hostil adquirindo experiência.
Em enumeras situações interioriza-se gradualmente que é possível utilizar a bicicleta como alternativa à cultura do automóvel.

Também aqui deve estar presente o existente sentido critico e interventivo no propósito de alertar a consciência colectiva que existe alternativa a um quotidiano com melhor qualidade de vida por um mais baixo custo. As pessoas tem que sentir que é possível, para além disso é praticado em outras cidades mais povoadas.

É assim que o entendo, como um processo de aprendizado e reeducação de mentalidades e aprendendo a desalojar receios. É exequível colocar as pessoas na rua andando de bicicleta
sem que tenham de tomar atitudes radicais ás suas rotinas.
Foi assim comigo, comecei circulando por trajectos urbanos ao fim de semana, até concluir que o poderia fazer diariamente. É assim que eu o entendo, embora tenha coisas nesta vida que eu não entendo muito bem…

Ah, um dia eu vou na Massa Critica, um dia eu vou porque não basta falar!

sábado, 2 de agosto de 2008

Práxis


São muito positivas as experiências venho a retirar da alteração de comportamentos adquiridos e do sossego que o automóvel lá de casa tem sofrido.
Como exemplo, cito a deslocação á barbearia no centro da cidade aonde não tive assim que embolsar o parqueamento automóvel se tivesse optado por me deslocar neste, limitando a parquear a bicicleta num sinal de trânsito que até ficava até bem visível do local da minha demora.
Tomei nesta prática conhecimento que o Fórum Almada, também possui um parqueamento interior exclusivo para bicicletas no final da ciclovia que dá acesso ao mesmo. No entanto não o voltarei a usar pelo facto de não ter qualquer tipo de vigilância, e como é conhecido pelas mesmas razões de segurança nem os motociclos aparcam em subterrâneos.
É preceptivo haver um distanciamento entre a teoria de quem equaciona e arquitecta estas infra-estruturas e a realidade da prática de quem as utiliza. São concepções muito bem intencionadas, acontece que nem nós vivemos num país de primeiro mundo, nem as pessoas estão dispostas a arriscar uma perda dos seus pertences.
No entanto reconheço gratificantemente o empenho da autarquia num projecto e meios despendidos para tornar a cidade de Almada cada vez mais ciclável.
Para terminar não posso deixar de expressar a expectativa com que aguardo o purgar do fundamento calor e transpiração com a chegada do final do verão. Certamente serão inventariadas outras teorias climatéricas e/ou psíquicas.

Foto – CP + Bicicleta.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dava Jeito


Este cenário possivelmente provém do condicionalismo que os horários da Transtejo manifestam no transporte das bicicletas na ligação Cacilhas - Cais do Sodré, nos dias úteis.
Este transporte não é permitido entre:
- As 06h30 e as 09h30, no sentido Sul/Norte
- As 17h00 e as 20h00, no sentido Norte/Sul
Neste horário a indisponibilidade de espaço devido ao tamanho da embarcação, levou à medida praticada o que não acontece noutras ligações onde os barcos são maiores.
Na imposição de não se poder transportar a bicicleta para Lisboa nos referidos horários, seria valorizado que a Transtejo tivesse um parqueamento adaptado contribuindo assim com mais argumentos na utilização dos transportes públicos como alternativa à utilização do automóvel.
No entanto com as obras do futuro terminal de Cacilhas, do MTS (Metro Sul do Tejo) na proximidade fazendo interface com o referido barco tenho fé que alguém responsavél possua essa sensibilidade.

sábado, 19 de julho de 2008

Impírico

Estupefacção é a forma de traduzir o sentimento quando deparado com este estacionamento de bicicletas, junto á Central Station na cidade de Amesterdão (a fazer prova da intermobilidade).
Naquela época não concebia no meu quotidiano, a utilização deste meio de transporte como parte das minhas deslocações. Uma cidade não plana, temperaturas elevadas e a intolerância automobilística eram argumentos que alimentavam um preconceito de não passar à prática.
Posteriormente a estrutura de rede das bicicletas partilhadas em Barcelona, despertava-me uma outra mentalidade. Presentemente eliminei com a experiência alguns mitos, interiorizando aquela máxima:
“Não fales daquilo que não sabes”.

domingo, 13 de julho de 2008

O Longe Se Faz Comodo



Não posso ignorar que parte do trajecto que efectuo para o trabalho está longe de ser o mais curto, no entanto acaba por ser bastante mais tranquilo além de poupar assim alguma transpiração no esforço exercido numa solução mais directa. Salvo raro excepções Lisboa é perfeitamente ciclável e a intermodalidade com os transportes públicos poderia colmatar essas incorrecções da geografia desta cidade.
Sempre que posso me desloco de bicicleta, não porque é mais veloz embora o possa ser em determinados circuitos e horários, não porque é mais cómodo, não porque é mais barato, apenas e só porque me divirto mais e isso me deixa melhor!

sábado, 12 de julho de 2008

Trafaria - Belém



Foi pela primeira vez que fiz esta travessia no barco da Trafaria para Belém, não imaginei de todo que havia tanta gente a fazê-lo de bicicleta. Para além das visíveis faltam ainda mais duas que não aparecem na foto, seis é máximo permitido por viagem.
Fiquei no entanto sem saber se alguma ficou para trás, era na sua totalidade pessoas que procuram desfrutar da zona ribeirinha de Lisboa durante o fim-de-semana. É bem possível que este número cresça consideravelmente em virtude de estar em curso o prolongamento da ciclovia que vai da Costa da Caparica até à Trafaria.